
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) não é uma condição estática. Embora seja classificado em três subtipos de acordo com o DSM-5 (American Psychiatric Association, 2013), pesquisas mostram que esses subtipos podem mudar ao longo da vida, refletindo o impacto do desenvolvimento cerebral, do ambiente e de fatores individuais.
🔍 Os 3 Subtipos do TDAH
📌 TDAH Predominantemente Desatento👉 Maior dificuldade com atenção sustentada, organização, procrastinação e memória operacional.👉 Muitas vezes passa despercebido na infância, pois não há hiperatividade marcante.
📌 TDAH Predominantemente Hiperativo-Impulsivo👉 Impulsividade, inquietação, dificuldades no controle inibitório e comportamento impulsivo.👉 Mais comum na infância, podendo se manifestar como dificuldades comportamentais na escola.
📌 TDAH Apresentação Combinada👉 Caracteriza-se pela presença de sintomas significativos tanto de desatenção quanto de hiperatividade/impulsividade.👉 Considerado o subtipo mais frequente na infância.
🔄 Os Subtipos Podem Mudar? Sim!
Pesquisas indicam que os subtipos do TDAH não são fixos e podem evoluir ao longo do tempo.
🔹 Estudos longitudinais mostram que o subtipo combinado na infância pode se tornar predominantemente desatento na adolescência e vida adulta (Larsson et al., 2011; Willcutt et al., 2012).🔹 A hiperatividade frequentemente diminui com o passar dos anos, enquanto os sintomas de desatenção podem persistir ou até se tornar mais evidentes (Franke et al., 2018).🔹 A maturação do córtex pré-frontal e as exigências acadêmicas e profissionais podem influenciar essa transição (Shaw et al., 2007).
🎯 O Que Isso Significa para o Diagnóstico e Tratamento?
✅ O diagnóstico de TDAH deve ser reavaliado periodicamente, pois os sintomas podem mudar.✅ O plano terapêutico deve ser individualizado, ajustando-se às necessidades em cada fase da vida.✅ O reconhecimento dessas mudanças pode evitar diagnósticos equivocados, como ansiedade ou depressão secundárias ao TDAH desatento na vida adulta.
🔎 Referências Científicas:
American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5).
Franke, B., Michelini, G., Asherson, P., et al. (2018). Live fast, die young? A review on the developmental trajectories of ADHD across the lifespan. European Neuropsychopharmacology.
Larsson, H., Anckarsäter, H., Råstam, M., Chang, Z., & Lichtenstein, P. (2011). Childhood attention-deficit hyperactivity disorder as an independent risk factor for subsequent criminality: A population study of 30,000 individuals. Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry.
Shaw, P., Eckstrand, K., Sharp, W., Blumenthal, J., Lerch, J. P., Greenstein, D., ... & Rapoport, J. L. (2007). Attention-deficit/hyperactivity disorder is characterized by a delay in cortical maturation. Proceedings of the National Academy of Sciences.
Willcutt, E. G., Nigg, J. T., Pennington, B. F., et al. (2012). Validity of the executive function theory of ADHD: A meta-analytic review. Biological Psychiatry.
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